quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Perfeito Gentleman

Existiu e existe um código de conduta inteiramente criado, desenvolvido e perpetuado pelos homens, mas sempre dependeu também de regras ensinadas e impostas pelas mulheres. Elas foram, e são, as mães e conselheiras. Sem a mãe ou sem a mulher, com quem é que o homem se inspira? Naturalmente aprende por si próprio ou com os seus semelhantes, ou observando e estudando, mas elas sempre deram uma ajuda.
Fazer o nó da gravata, saber estar à mesa, escolher um vinho, usar civilizadamente a casa de banho, não são coisas transcendentes. Não são ciências difíceis. São questões de lógica, respeito, bom senso que tornam a vida mais fácil e são exigências da sociedade civilizada. Afinal, o que se pede a um homem? Que seja honesto, sincero e simpático. É mais importante ser leal e ter charme do que saber comer a sobremesa com um garfo. Mas tudo isto se pode aprender, e a partir daí, o que ele faz é o que ele é: um senhor, ou se quisermos, um gentleman.
A referência clássica tradicional da etiqueta masculina continua a ser a figura do gentleman, palavra inglesa que se tornou internacional. É o homem que se comporta com os outros de forma correcta, fiel à sua palavra, que age com honradez. Um gentleman faz os outros à sua volta sentirem-se confortáveis. É simpático, cortês e actua com bom senso. Não é snob.Nunca está aborrecido. Não gosta de ser o centro das atenções. Faz tudo pelos outros. Está à vontade nas etiquetas, tanto na tradicional como na moderna. «Ser gentleman não é o saber ser, mas o saber fazer.». Não é o rótulo, mas a actuação.
A vida social hoje é menos formal e convencional, mas continuam a existir códigos de conduta. Estes servem para a pessoa se sentir bem, agindo em qualquer circunstância. O homem educado é aceite em todas as situações do dia a dia, na vida social, entre amigos, mesmo noutros países, o que pode contribuir para a sua felicidade e sucesso.No dia a dia, em todas as circunstâncias, o homem tem de ter boas maneiras, especialmente com as mulheres, com as pessoas mais velhas, naturalmente com as crianças e também com os outros homens.
Paula Bobone,
in Manual de Instruções Para Homens de Sucesso

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Yesterday...

CARNAVAL 2

No Casino Estoril...

Ruinas de Lisboa Ruy Cinatti, Retrato de Maluda

Ruy Cinatti (1915 -1986) - Maluda
"...Lisboa é uma aventura
qualificada de repente
morte lenta ou suicídio..."

Palácio dos Condes de Coculim
Palácio dos Condes de Coculim 2

Palácio do "Bichinho de Conta" Isabel Juliana Sousa Coutinho

Palácio dos Condes de Lumiares

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Wedding Invitations

Quando chega o convite

Os convites dão o tom, pelo estilo e categoria das letras impressas, em relevo ou dourado ou com brasão impresso.
São a entrada e o primeiro documento de identificação. É a primeira impressão visual com boa qualidade e impacto.
O formato varia, mas o tradicional é o rectangular, de 17 por 12 centímetros, com envelope a condizer. No rodapé vem a sigla RSFF, que pede reposta. Responde-se por telefone ou por escrito, com brevidade, pois caso não possa aceitar permite ao anfitrião convidar outra pessoa.
Os convites fazem-se e enviam-se depois de seleccionar os convidados e de comunicar por telefone que vai enviar o convite para determinado evento.

O convite tem as seguintes informações: quem convida, qual o evento, data e hora, lugar e morada. Deve também mencionar a quem é que devem ser feitas as confirmações, normalmente através de telefone. Se for caso de estabelecer um certo código de indumentária, indicará o traje. Além do já referido RSFF, muitas vezes acrescido de "só negativas", para filtrar respostas dos convidados que vão estar presentes no evento.
Quem organiza eventos sabe que a lista de convidados determina a classe desses actos, e nesse caso o convite deve ter o mesmo nível de categoria.
Um bom convite é um investimento na imagem do evento.
Nem todas as épocas são ideais para ter afluência de convidados satisfatória, por razões de férias, feriados, e datas particulares de calendários e suas coincidências.
Quem recebe convites, lê com atenção, reage à informação, reponde o mais breve possível, e inscreve na agenda para não se esquecer da data. Escolhe o traje, prepara o presente, se for caso de aniversário, e chega dentro da pontualidade civilizada.

Quem convida deve preocupar-se na mistura de convidados que melhor resulta .
Pode dizer-se que convidar para o sucesso é uma arte. Devem juntar-se pessoas que harmonizem, de diferentes gerações , ser inovador.
Receber nunca foi tão fácil. As pessoas têm, cada vez mais, hábitos sociais, e com as comunicações fáceis, chega-se rapidamente ao destinatário, até por SMS, embora seja a forma menos protocolar .

Recomenda-se convidar mais pessoas que as que deseja que estejam presentes, para compensar escusas e faltas de última hora.
Convidar para refeições sentadas, é compromisso de maior rigor. Não se deve faltar à última hora. Só por motivo de força maior e assim será justificado e não tomado como indelicadeza.

Paula Bobone

Ruinas de Lisboa

Almada Negreiros (1893 - 1970)

" ...quem não tem dinheiro p´ra ir ao Coliseu
deve ter cá fora razões p'ra se rir..."
Palácio Lumiares - Século XVII
Casa - Século XVIII
Casa - Século XIX
Casa - Século XX

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ruinas de Lisboa Casa de Machado de Castro

Casa de Machado de Castro (1731-1822) Machado de Castro apresentando o projecto do Monumento a D. José I ao Marquês de Pombal

Nota Biográfica: Joaquim Machado de Castro foi um dos escultores de maior influência na Europa do século XIX e princípio do século XX.
Para além da escultura, descrevia extensamente o seu trabalho, do qual se destaca, a extensa análise sobre a estátua de José I que se situa na Praça do Comércio em Lisboa, intitulada: Descripção analytica da execução da estátua equestre, Lisboa 1810.
A (Descripção), consiste no relato pormenorizado, feito ao estilo e à execução técnica, levada a cabo no que é considerado o seu melhor trabalho, a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal datada de 1775, como parte da obra de reconstrução da cidade de Lisboa, seguindo os planos de Marquês de Pombal, logo após o Terramoto de 1755. As partes da construção estão detalhadas e ilustradas, incluindo variados planos e componentes utilizados para a sua execução.
Na introdução da sua obra, Machado de Castro comenta outras estátuas equestres situadas, em diversas praças europeias.

in Wikipédia

Ruinas em Lisboa - Casa de Júlio Castilho

Júlio Castilho (1840-1919) famoso olissipógrafo. Autor de vasta obra (a consultar na Biblioteca Nacional)

Carnaval 2009







sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Fishing for Compliments

Cidade da Guarda


História do Casamento


Casamento do faraó Menkaura com sua irmã Khamerenebti II

O Casamento sempre esteve ligado a uma história feliz e romântica.
Quem vai casar partilha alegremente a notícia à família, amigos e aos mais próximos.
Organiza uma festa à escala do gosto e possibilidades e simultaneamente firma-se um contrato.
Com o passar dos tempos o casamento foi envolvendo aspectos jurídicos, religiosos , sociais, afectivos e tambem mundanos, sendo portanto uma celebração muito completa,
rica de avaliações.
Os costumes são inventados ou seguem tradições. O casamento é tambem ele um costume que tem um pouco de ambas as coisas.Seguem-se mitos e ritos mas vão-se sempre acrescentando novidades. Para isso devemos estar preparados.

A sua história tem evoluido ao longo dos tempos conforme costumes, estéticas e éticas dos diferentes países e culturas.

Afrodite, deusa protectora dos casamentos


Na Civilização ocidental, nos tempos primordiais a vida passava-se em público. A noção de privacidade que hoje existe, chegou mais tarde. No que respeita ao Casamento, a benção do leito núpcial era costume. Vinha o povo visitar os noivos na noite de núpcias, já deitados, e à volta deles fazia grande algazarra, ritual que não escandalizava o povo. Havia vários direitos sobre a intimidade do casal.

As Bodas de Canãa - Veronese

Nesse tempo era outra a noção de privacidade. Todos viviam juntos, as casas eram lugares públicos, as portas estavam abertas à indiscrição das visitas, enfim a noção de família era diferente de hoje.

Os Esponsais da Virgem - Rafael


Foi nos meados do século XVIII para XIX o sentimento familiar mudou. A sociabilidade e a diferença entre privado e público, passou a alargar-se a todas as classes para alem dos aristocratas e burgueses.A Família passou a ser mais do que era nos tempos em que só contava a realidade material, transmissora de património e tambem de nome.

O rapto das Sabinas - Jean-Louis David


Surgiu o sentimento de familia que chegou até hoje , vigorando laços de intimidade e privacidade alem de desejo de conforto. Assim foi transmitido pela educação uma nova ética, com influência do cristianismo. Família e sociabilidade deixaram de coincidir.

Se remontarmos a tempos muito antigos saberemos que os casamentos das famílias influentes no Egipto eram feitos, se necessário com familiares próximos , nomeadamente irmãs, que se transformavam em esposas ou concubinas para manter heranças do Trono, como no caso dos faraós. O incesto não era questão.

John of Gaunt e Dom João I negociando o casamento de Filipa de Lancaster com o Rei de Portugal em Ponte de Mouro, Monção

Casamento de Filipa de Lancaster com Dom João I de Portugal na Sé do Porto


Na Grécia Antiga, os pais combinavam os casamentos das crianças de 1 e 13 anos. Faziam-se celebrações à deusa Afrodite, em altares em que os noivos eram coroados com folhas de loureiro. As mulheres tinham um papel social muito restrito
A aristocracia romana por sua vez tinha costumes como por exemplo, os maridos cederem as suas mulhres a hóspedes e amigos íntimos como forma de honraria.

Romântico enlace de Abelardo e Heloísa - Jean Vignaud

Havia diferentes formas de consumar o matrimónio dos filhos que muitas vezes não eram naturais mas adoptados, era pela coabitação durante um ano e um dia, o que se chamava Usus, por contrato de união de património , com rituais de celebração aos deuses e tambem por rapto.
Após a cristianização no Império Romano e na época medieval que se seguiu, os filhos eram levados a casar por escolhas e acordos entre os pais, sem consentimento dos nubentes.

Casamento dos Arnolfini - Van Dyck


O casamento por amor é uma conquista do século XVIII. Surge então o sonho do amor romântico que antes não era tido em consideração, assim se sabe através dos livros embora tenha sido de facto no séculoXII em França nos tempos da Cavalaria que se popularizou o amor cortês, no seio dos domínios feudais. Esse sentimento amoroso e até poético , do culto divinizado da mulher, foi difundido pelos Cruzados provenientes de França, nas sua digressões, influenciando as diferentes realidades sociais da Europa por onde andaram mas foi apenas um começo. Só mais tarde o amor se tornou um sentimento corrente e reconhecido.

Papa Nicolau I


O Papa Nicolau I, ainda em tempos mais remotos , no século IX, terá decidido que no matrimóniodevia have o consentimento dos jovens . Foi um triunfo e um avanço na época embora na prática os casamentos não tivessem deixado de ser um instrumento de poder das famílias reais e burguesas que os negociavam a seu belo prazer através da união dos filhos.

Henrique VIII de Inglaterra e suas mulheres


No século XVI as teses do protestantismo defendidas por Lutero levaram a polémica a debate sobre a jurisdição que a Igreja tinha sobre o casamento . Nessa altura se separaram cristãos católicos de cristãos protestantes. Para muitos europeus que deixaram de obedecer ao Papa, o casamento não foi mais um Sacramento mas um acto civil, a Igreja apenas faria o acompanhamento espiritual do casal. O caso histórico de Henrique VIII e seus divórcios, é deste facto um marco histórico.

Primeiro Código Civil


No século XVIII a Revolução Francesa secularizou o casamento em França, em nome da liberdade. O casamento passou assim a ser um contrato com direitos e deveres, celebrado na presença dum funcionário público em lugar dum sacerdote.

Noivado de Dom Carlos I de Portugal e Amélia de Orleans, Cannes, 1862


No século XIX , o Código Civil surgiu ocupando-se do Direito da Família. As relações entre o Estado e a Igreja foram objecto dum documento regulador , a Concordata.O Concílio Vaticano II, concluido nos anos 60 do século XX, reforça o casamento católico como um Sacramento, portanto uma união indissoluvel. A indissolubilidade do casamento marca a Igreja Católica que determina que tudo o que Deus uniu o Homem não separa.
Casar é hoje um acto de conformidade social que se obtem por meio de uma licença legal, criada para ser ter filhos com honorabilidade, dentro da legalidade, no caso dos haver.
A cerimónia religiosa não dispensa o acto civil na Conservatória.
Para a Doutrina Social da Igreja, o casamento é o fundamento da Família.
Apesar da indissolubildade deste, muitos são os que se divorciam da parte civil, podendo voltar a casar-se neste mesmo regime sendo este considerado a parte contratual. Admitido por alguns que o casamento é amar por contrato foi todavia o que de melhor se inventou para expandir a função da reprodução, trazendo a segurança e cumplicidade necessárias.

Emancipação das Mulheres, poster de época


Neste breve olhar sobre a história do casamento ao longo dos tempos, as principais mudanças de hoje devem-se ao novo papel da mulher na sociedade que apartir dos anos 60 do século XX passou a partilhar com o homem o fardo conjugal, sendo uma espécie de sócia. Todavia é ela que tem a propriedade do mecanismo da reprodução. Por mais modelos familiares que surjam, dela dependerá sempre a continuidade da espécie, o que lhe dá maior responsabilidade.

Muitas referências se perderam mas a pressão dos símbolos, das ritualizações, a oficialização dos actos continua a ter adeptos.

Para os filhos, o casamento, seja qual for a ideologia ou religião é uma garantia de equilibrio pelo que é uma necessidade.
O modelo familiar reproduz-se para os que têm filhos e para a sociedade em que se integram. A função é reproduzir o modelo.
O casamento é uma relação estável e promotora de estabilidade pois é a declaração pública de compromisso
As condições de nascimento determinam a história das gerações. Os filhos são refens do cenário que os pais proporcionam e mais tarde serão seus actores involuntários no papel que aprenderam. Existe uma pressão social para ritualizar as relações para validar a existência dos filhos, o que oficilizou os actos.

As evoluções científicas e tecnológicas causaram impacto na noção de futuro. A globalização atingiu os conceitos de sexualidade, casamento e família.

Pio XII, o Papa da Concordata


A família tradicional pode estar ameaçada de mudança pela ruptura com o passado mais recente sobretudo devido à ideia de tolerância em relação a outras emergentes noções de família e tambem pelos novos modelos de quotidiano exibidos pelos Media.
Instalou-se a ideia de risco sendo o futuro uma ameaça. Faz lembrar a ideia de destino mágico dos antigos. Será uma nova fonte de energia e riqueza?
Perante as novas identidades perderam-se valores culturais e tradicionalmente conquistados.
Deixará de se confiar na tradição e na religião?

Casamento de Diana com o Príncipe de Gales


A tradição é uma espécie de verdade, um marco de acção de que o mundo não se libertará pois ela é necessária à continuidade da vida.
Casamento e Familia abandonaram os vínculos da tradição e entraram na insegurança de um novo ambiente moral esquecendo muitas vazes que as relações humanas se baseiam em dar e receber, e o casamento não pode escapar a essa lógica
Assiste-se a novas tendências, novos riscos, filosofias de vida. Mas a tradição pode ser o motor de uma espécie de verdade, uma base de acção, uma continuidade do sagrado. Podemos viver num mundo em que nada seja sagrado? O sagrado dá estabilidade. Os costumes ou se retomam ou se inventam.

Friedrich Nietzsche

A cultura, que é a alma do povo, é o que nos fica como fundamento da identidade colectiva. Como dizia Nietzsche “Um povo sem memória é um povo sem futuro”.